CRÉDITO & SEGUROS: Como cortar gastos após as férias - Setembro é mês de reorganizar finanças

O Verão é a altura em que nos permitimos abrir a carteira para compensar o ano trabalhado, mas quando as férias já vividas – e denunciadas pelo bronze – ficam para trás, é hora de voltar a encher-se a almofada financeira, reduzir-se gastos e reorganizar as finanças. Nomeadamente porque Setembro marca o início do regresso às aulas, ao trabalho e, consequentemente, à rotina.

Neste artigo trazemos-lhe algumas dicas para voltar a ter mão nas suas finanças.

Poupar depois das férias: como?

Acabaram-se os gastos com festivais, sunsets e gelados que derretem nas mãos após renderem-se ao calor. A brisa fresca de final de dia, que nos faz sacudir a areia das toalhas e ir embora da praia mais cedo, anuncia uma mensagem: é o fim das férias de Verão. 

A nova estação traz, assim, consigo um redefinir de hábitos e prioridades financeiras, com novas despesas à espreita. Por isso, quando a vida regressa à normalidade, o mesmo deve acontecer com a forma como gerimos o nosso dinheiro. Mas por onde começar?

Opte por material escolar reutilizado

Setembro dá o tiro de partida para que comece a agitação do regresso às aulas. Se tem filhos em casa, sente-lo na pele e vai sentir na carteira, mas pode adoptar algumas estratégias para evitar sobrecarregar o orçamento familiar. 

O reaproveitamento do material escolar de anos anteriores que esteja em ótimas condições - estojos, mochilas, canetas, lápis, afias - é uma dessas vias. Importa assim que faça uma lista prévia, antes de se dirigir a algum estabelecimento comercial.

Além disso, para reduzir as despesas de educação, deve procurar também manuais e livros escolares em segunda-mão. A Plataforma MEGA (Manuais Escolares Gratuitos) tem ajudado neste sentido, na medida em que emite vales para obtenção de livros escolares novos ou reutilizados. 

Este apoio abrange todos os alunos do 1º ao 12º ano do ensino público ou que frequentem o ensino privado em escolas que tenham contratos de associação. Há várias livrarias aderentes onde é possível fazer-se o levantamento dos manuais escolares com o vale. 

Caso não adira a este apoio deve, no entanto, pedir factura com NIF quando comprares os livros da escola, para que estes sejam dedutíveis no IRS. Da mesma forma, as refeições feitas no refeitório escolar inserem-se igualmente nas despesas de educação, conquanto que a entidade que emite a fatura esteja identificada como fornecedores de refeições escolares.

Embora os restantes materiais escolares não entrem para o IRS, estes podem ser englobados se a compra for realizada na papelaria da escola. 

Preparar marmitas: leva comida de casa

Despender umas horas da sua folga para fazer marmitas para a semana de trabalho que se estende diante de si, ajudar-lhe-á a reduzir os custos na rua. Acresce o facto de que desta forma consegue ter também controlo sobre a sua alimentação, permitindo que esta seja equilibrada. 

Pode sempre fazer em maiores quantidades ao jantar a contar com o almoço do dia seguinte.

É bem melhor tirar um dia para fazer uma refeição fora propositadamente e como forma de lazer, do que ter que fazê-lo por necessidade porque não se preparou algo previamente. 

Investe em roupa em segunda mão

Com a chegada dos dias frios que começam a desenhar-se ao longe, há-que fazer uma troca de vestuário no armário: torna-se a guardar as roupas leves de Verão e volta-se gradualmente a recordar as camisolas de Outono e Inverno. 

Se tem filhos que crescem à velocidade da luz como qualquer criança, a mudança de estação é sinónimo de avaliar o que ainda serve e o que deixou de servir, cruzando os dedos para que a balança tombe mais para a primeira opção. No final, muitas vezes chega-se à conclusão de que é necessário comprar novas peças de roupa para proteger do frio. 

Assim, plataformas de roupa em segunda mão surgem cada vez mais como uma alternativa, com preços acessíveis e produtos de qualidade em perfeito estado. Há inclusivamente peças que se encontram ainda com etiqueta, sendo que esta é uma maneira de poupar, amiga do ambiente e da carteira.

Aproveite também os dias frios para fazer uma selecção à roupa que já caiu em desuso no seu roupeiro e colocar à venda. Acaba por limpar a casa, amealhando espaço e algum dinheiro em simultâneo. 

Dê prioridade aos gastos consoante os meses

De forma a não sufocar a almofada financeira de reserva, é importante que reparta as despesas pelos meses. Isto é, com o arranque das aulas em Setembro torna-se crucial investir primeiro em material escolar.

Só posteriormente, nos meses que se seguem, quando o frio começar a instalar-se, é que deve preocupar-se com o guarda-roupa.

Assim, fazer uma gestão dos gastos por prioridades leva a que não se confronte com as despesas todas ao mesmo tempo. Como consequência pode ter um maior controlo e recuperação económica nesse meio tempo.

Aprenda a poupar no supermercado

Regra número um: nunca entrar num supermercado com fome. Regra número dois: nunca sair de casa sem fazer primeiro uma lista do que já há e do que está em falta. Se as seguir, já pode considerar que está no lucro.

Além disto, para poupar deve ainda ficar atento(a) a campanhas e promoções, as mesmas que habitualmente só pode usufruir se tiver um cartão de fidelização, pelo que deve antecipar-se. 

Optar por marcas brancas é também uma maneira de reduzir a factura com as compras de supermercado.

Aproveite os descontos em combustível

A manhã inicia-se com o percurso até à escola dos filhos e segue com o pára-arranca em longas filas de trânsito até ao trabalho. No final do dia faz-se o mesmo circuito, mas em sentido inverso. Resultado? Um gastar de gasolina ao longo do dia, todos os dias. 

Deve ficar assim atento às campanhas que algumas cadeias de supermercado fazem com postos de abastecimento de combustível. Embora não seja possível reduzir a quilometragem que faz, pode aproveitar para gastar menos se recorrer a estes descontos em combustíveis. 

Reavalie os encargos e se fazem todos sentido

Algum momento do ano tem que ser altura para sentar e rever todos os encargos que pesam no orçamento. Assim, porque não fazê-lo após as férias quando já se recarregaram as energias?

Se paga a mensalidade de um ginásio, mas raramente o frequenta, pode cancelar a inscrição e optar por praticar exercício em casa ou ao ar livre. Não abdique do movimento físico e reduz um gasto mensal. 

E há quantos anos mantem os mesmos seguros sem rever as apólices? Faça um levantamento para perceber se poderão haver condições mais vantajosas.

Desenhe metas para poupar

Fazer um planeamento daquilo que são as suas metas de poupança, tendo em conta as despesas fixas e variáveis, irá ajudar-lhe a priorizar gastos e melhor gerir os seus rendimentos.

Estabelecer metas é também uma forma de se comprometer consigo para juntar dinheiro, quer seja para ires novamente de férias, fazer algum tipo de investimento ou, mesmo que não tenha um destino, serve sempre como um fundo de emergência.

Fique atento a bolsas de estudo

Se ainda é estudante, pode recorrer a apoios financeiros para o curso. As bolsas de estudo, facultadas pela Direcção-Geral do Ensino Superior existem tanto no ensino público, como no ensino privado. 

O objectivo passa por favorecer o acesso ao ensino superior mediante a comparticipação a fundo perdido nos encargos. Isto “sempre que o agregado familiar em que o estudante se integra não disponha de um nível mínimo adequado de recursos financeiros”, pode ler-se no site da DGES.

Os estudantes bolseiros podem ainda ter direito a um apoio de deslocação e alojamento se, para frequentarem o curso, tenham sido obrigados a mudar a zona de residência fruto da distância.  

Existem, no entanto, prazos de candidatura a que deve estar atento para poderes concorrer. O requerimento deve ser submetido até ao dia 30 de Setembro.

Ao adoptar estratégias para recuperar do impacto financeiro das férias, rapidamente pode voltar a planear as próximas. Basta deixar assegurada uma almofada financeira para imprevistos e ter a consciência de que é no poupar que está o ganho.

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