CRÉDITO & SEGUROS: Crédito à habitação sobe 8,9% e atinge novo recorde
Expansão do crédito à habitação atinge máximos históricos
O crédito à habitação registou um crescimento de 8,9% em Setembro face ao mesmo período do ano anterior, o maior aumento homólogo desde a crise financeira de 2008. Segundo o Banco de Portugal, o valor total de empréstimos para compra de casa ultrapassou os 108 mil milhões de euros, alcançando o nível mais elevado desde Maio de 2013. Esta evolução reflecte a confiança crescente das famílias portuguesas e o regresso de condições de financiamento mais favoráveis, após anos de restrições e taxas elevadas.
Desde Janeiro de 2024, o crédito à habitação tem acelerado consecutivamente, impulsionado por um contexto económico mais previsível e por políticas públicas de incentivo ao acesso à casa própria. A conjugação de taxas de juro mais baixas e programas de apoio governamental fez com que a procura por financiamento atingisse um dos ritmos mais intensos das últimas duas décadas.
Taxas de juro e apoios impulsionam novos empréstimos
A descida gradual da Euribor tem sido um dos principais motores deste crescimento. Depois de atingir valores próximos dos 4,5% no início de 2024, a taxa interbancária estabilizou em torno dos 2%, reduzindo o peso das prestações mensais para quem tem crédito à habitação. O Banco Central Europeu contribuiu para esta tendência ao cortar a taxa de depósitos em 200 pontos base, de 4% para 2%, o valor mais baixo desde 2022.
Outro factor determinante é o impacto das medidas governamentais destinadas a apoiar os jovens até aos 35 anos. A garantia pública do Estado, que cobre até 15% do valor do imóvel em transacções até 450 mil euros, permitiu eliminar a necessidade de entrada inicial. A par da isenção de IMT e imposto de selo na compra da primeira habitação, este conjunto de medidas dinamizou fortemente o crédito à habitação nesta faixa etária. Dados oficiais indicam que os jovens já representam 59% do montante total de novos contratos, reforçando o seu peso na recuperação do mercado.
Endividamento das famílias cresce em vários segmentos
A expansão do crédito à habitação tem sido acompanhada por um aumento generalizado do endividamento das famílias portuguesas. Em Setembro, o montante total de empréstimos a particulares subiu 8,6% em termos homólogos, abrangendo também o crédito ao consumo e outros tipos de financiamento. O volume global de crédito pessoal atingiu 13,2 mil milhões de euros, mais 77 milhões do que em Agosto, enquanto o crédito automóvel subiu para 8,9 mil milhões de euros, crescendo 9,7% face ao mesmo mês do ano anterior.
Apesar desta tendência de subida, os níveis de endividamento continuam abaixo dos máximos registados em 2011, o que indica um crescimento mais controlado e sustentável. O actual ciclo de expansão do crédito à habitação reflecte, assim, uma recuperação do poder de compra e um ambiente económico mais estável, em que as famílias voltam a investir na compra de casa com maior confiança.
O sector imobiliário beneficia diretamente desta evolução, com o aumento da procura a estimular novos projetos e a consolidar o crédito à habitação como um dos motores da economia portuguesa. Ainda que o ritmo de crescimento possa desacelerar nos próximos trimestres, os indicadores atuais demonstram que o mercado vive um momento de equilíbrio e otimismo, marcado por juros mais baixos e condições favoráveis à aquisição de habitação própria.
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