CRÉDITO & SEGUROS: Queda da Euribor estimula melhoria de ofertas de crédito habitação



As taxas Euribor continuam com margem para descer ao longo de 2025 até 2%, embora sejam esperadas quedas mais lentas do que as verificadas até então. Estas são boas notícias para as famílias que estão a pagar créditos habitação a taxa variável e também para quem procura um novo financiamento bancário para comprar casa. Até porque os bancos também tendem a melhorar as ofertas de crédito habitação num contexto de juros mais baratos, traduzindo-se em prestações da casa mais baixas.

Em Fevereiro, as taxas Euribor voltaram a descer, com os prazos mais contratados em Portugal – a 6 e a 12 meses – a fixarem-se abaixo de 2,5%, um dos menores valores observados em cerca de dois anos. E nas primeiras sessões de Março, a Euribor a 12 meses ficou mesmo abaixo do limiar dos 2,4%. 

Tudo indica que a Euribor já está a descontar o corte dos juros do Banco Central Europeu (BCE), de 25 pontos base, avançado esta Quinta-feira (dia 6 de Março) e já antecipado pelos analistas e pelos mercados financeiros. Por um lado, a decisão do BCE “deverá fazer descer ainda mais a Euribor, aliviando assim os empréstimos hipotecários variáveis”, acreditam os analistas da Ebury Portugal. Mas, por outro, o facto de haver “uma proximidade entre a Euribor e a taxa oficial [do BCE], sugere que o mercado espera uma queda bastante lenta deste indexante”, analisa Antonio Gallardo, especialista em economia da Associação de Usuários Financeiros (ASUFIN).

De qualquer forma, “as boas notícias para o mercado hipotecário continuam, pois continuaremos a ver como as renovações do crédito habitação a taxa variável ​​trazem grandes poupanças aos consumidores e a agressividade comercial dos bancos deverá continuar a traduzir-se em boas ofertas de novos empréstimos habitação”, sublinha o especialista.

Euribor a 3, 6 e 12 meses: como evoluiu nos últimos anos? 

Taxa média mensal desde Maio de 2007 até Fevereiro de 2025

Como vai evoluir a Euribor? E como ficam as prestações?

Os especialistas esperam novas quedas da Euribor no curto prazo, embora a trajectória dos juros do BCE seja incerta daqui em diante, havendo mesmo membros do regulador europeu a apontar para uma pausa no corte das taxas na próxima reunião de política monetária agendada para 17 de Abril.

“Há cada vez menos espaço para estimular a economia europeia através da redução do custo do financiamento", referem os analistas da Ebury Portugal, admitindo "a possibilidade muito real de o banco interromper o ciclo de cortes na próxima reunião de Abril". Embora as recentes declarações do BCE sugiram que as taxas podem agora não estar muito longe dos níveis neutros, “a Euribor a 12 meses tem ainda alguma margem de manobra para descer, apesar de ser cada vez menor".

Quanto às previsões da Euribor no final de 2025, as mais otimistas situam o indicador entre 2,1% e 2,2%, tal como antecipa o CaixaBank Research e o Bankinter. Se assim for, significa que a Euribor tem margem para descer entre 30 e 40 pontos percentuais até ao fim do ano (consoante o prazo).

Embora a queda da Euribor possa abrandar, o que é certo é que quem contratar um crédito habitação a taxa variável nos próximos meses deverá pagar prestações mais baixas do que se o tivesse feito antes. É isso que mostram as seguintes simulações, tendo em conta empréstimos habitação a taxa variável de 150.000 euros (com spread de 0,7% e prazo de 30 anos):

  • se a Euribor a 6 meses cair dos actuais 2,460% (média mensal de Fevereiro) para 2,25% significa que as prestações mensais vão descer de 645 euros para 628 euros (menos 17 euros);
  • se a Euribor a 6 meses descer para 2%, as prestações da casa serão de 608 euros, uma redução de 37 euros face a quem contratou o crédito em março de 2025 (que usa a taxa média mensal de Fevereiro).
Novos créditos habitação: quanto poderá descer a Euribor?

Euribor no caso A corresponde à taxa mensal em Fevereiro
Casos B e C tratam-se de previsões da Euribor
Novo crédito habitação de 150.000 euros, com spread de 0,7% e prazo de 30 anos


O que já se tem sentido em Portugal é que as recentes quedas das taxas Euribor têm vindo a melhorar a oferta de créditos habitação nos últimos meses, multiplicando-se campanhas sobretudo a taxa mista (mais baratas e a curto prazo). E têm tido elevada adesão por parte das famílias que procuram estabilidade durante os primeiros 2, 3 ou 5 anos do contrato: em Janeiro 70% dos novos empréstimos à habitação foram contratados a taxa mista, revelou o Banco de Portugal (BdP).
A redução generalizada dos juros, a par das novas medidas para os jovens adquirirem a sua primeira habitação (como a isenção do IMT e a garantia pública) têm ajudado a impulsionar a compra de casas e a procura por crédito habitação no país. "O crédito concedido a mutuários com menos de 35 anos representou 45% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em Janeiro, um peso semelhante ao observado para o mês de Dezembro”, referiu ainda o BdP.
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